sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ideologia, eu quero uma pra viver

Drogas...
Odeio e, não vou mentir, tenho o maior preconceito com quem usa também. Bato no peito pra dizer que nunca usei nada, hoje em dia isso é meio difícil, né? Me sinto mais ou menos quando, antigamente, as meninas tinham orgulho em afirmar que eram virgens, pois é hoje as coisas mudaram. Mas não sou perfeita e tem a bebida e o cigarro.
"Vou tomar uma que tô cheia de problema". Adoro esse bordão, adoro uma cervejinha, uma vodkazinha, e não vejo nada de errado nisso (sic). Só tenho três problemas com bebida:
1. Falo demais, e isso é um problema
2. Ressaca eterna, meu estômago é para fracos
3. Mente sem lembranças, juro que não é desculpa, mas meu consciente me faz esquecer as merdas que faço
Na última vez que saí bebi umas caipirinhas do capeta e o resultado, mandei um amigo sair de perto de mim e ir pra puta que pariu, enfim, vai saber porque falei isso. E teve uma vez que tinha umas cervejas que não eram de Deus, fui bater umas fotos com umas amigas e um imbecil veio se meter, virei pra ele e disse, sai daqui que você é muito feio. Quer dizer, depois a pessoa apanha e não sabe por quê. Continuando...
Cigarro, fumei e desisti, dou uma tragada e fico muito doida. Agora imagine se eu usasse droga, ninguém me segurava, concluí que é por isso que Deus não dá asa a cobra.
Mas minha opinião sobre drogas, inicialmente,  foi formada em função da Ana Luiza. Talvez eu não fosse uma grande mãe, mas em relação a drogas sempre tive muita segurança, sempre pensei: com que moral vou educar a minha filha se não posso dar pelo menos esse exemplo.
A minha gravidez também fez eu me afastar de algumas más influências, tenho uma amiga, por exemplo, conheço ela há 15 anos, e depois que a Luiza nasceu nos encontramos poucas vezes, mas a cada encontro ela me contava uma nova "experiência", quero nem imaginar que tamanho tá a lista dela. Não tenho nada contra. Mentira.
Uma vez me meti, sem querer, num rolo de um amigo do meu ex namorado que tava comprando cocaína. Quando descobri o que o cara tava fazendo, e vou te dizer, sou ingênua pra caralho, rasguei o saquinho e joquei fora. O drogado ficou puto e me chamou de falso moralista, meu filho, falso moralista é a senhora sua mãe (tá, eu não respondi tão bonitinho assim). Depois veio pedir que eu não contasse pra namorada dele, ah vá, cheira pó mas ninguém pode saber. Não falei nada, mas taí uma coisa que eu não concordo, pô, se fosse certo ele não mentiria pra ela.
Viajei esses dias com meu ex namorado e a galera que foi com a gente tinha uma VIBE meio Bob Marley. Aos 23 anos vi pela primeira vez um cigarro de maconha, mas tudo bem, tolerância Aline, vamos tolerar. Daí estávamos na praia e eles foram fumar o bagulho, e claro, tinha que ter todo o lance: tinha a roda, tinha as gírias, o cigarro passando de boca em boca, negócio relax, da paz. Ai gente, cigarro de cu é rola, que mané maconha, o que dá lombra mesmo é uma HEINEKEN gelada. Enfim, os muito doido ficaram lá com a maconha deles e eu com a minha cerveja porque né, eu tava "cheia de problema".
Grande merda fumar aquele negócio, pareciam uns retardados. Quando começaram a fumar estavam falando de SURF (é, inteligência não é o forte deles), e quando terminaram estavam falando de ESTRELAS, ah, e morrendo de rir desse papo "experto". Vontade de mandar tudim tomar nos seus cú.
Concluindo, antes eu simplesmente não gostava de drogas, agora tenho aversão, asco, OJERIZA.

"Meu sex and rock'n'roll não tem nenhum drugs"

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E de pensar nisso tudo, eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir...

Mulher vulnerável é uma bosta mesmo, tanto defeito e fui nascer com mania de injustiçada? Basta uma palavra errada e eu choro compulsivamente dizendo que não mereço tanta desconsideração. Todo drama é bem vindo, ai meus nervos! Ultimamente o que mais tenho feito é questionar o rumo que tenho dado à minha vida, e isso cansa, os fatos estão sem sentido em tantos momentos que me deixam incrédula. Daí me apego ao passado e a falsa tranquilidade do que é conhecido, eu só queria entender porque tenho tanto medo do tédio, de ficar sozinha.Não sei citar motivos, mas alguma coisa me falta. O problema é que não sei fazer cara de paisagem e fingir que não é comigo, e pra pessoas ansiosas como eu isso faz um mal danado, ficamos intolerante, sabe? A língua trava de vontade de mudar todo o discurso pronto e dizer apenas a verdade. E do "falar a verdade" ao "me descontrolar e perder a razão"  é rápido, me chateio demais, saio xingando, reclamando, tão boba, sempre acabo voltando atrás. Acho que preciso é de um pouco de atenção, como diz àquela letra do Legião, acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto, o que é demais nunca é o bastante...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Luiza amanhã a mamãe vem...

Não tenho muito contato com crianças, e não é por ser minha filha, mas eu nunca vi uma igual à Ana Luiza. Ela era mimada, algumas vezes chamei a atenção dela, dei até palmadas, mas carinhosa e atenciosa não existia igual. Ela amava todo mundo e dizia isso, coisa que é complicada pra tantas pessoas, para uma criança de três anos era natural. Não sei se o que me dói mais é o fato de não ter dado o amor que ela merecia, ou saber que ninguém vai sentir por mim o que ela sentia, sem nada em troca, só por existirmos uma para a outra. Ter engravidado aos 18 anos trouxe grandes mudanças, para mim e minha família, e apesar de não ter tido escolha eu carreguei esse peso, e não encaro isso como um mérito, mas minha realidade mudou.  

Tem um pedido de perdão preso na minha garganta, isso tá pesando há dois meses e ainda vai demorar muito para aliviar. Será que ter sido mãe tão cedo, ter sido abandonada, e ter abandonado o que era planejado para a minha vida aliviam os erros que cometi?  Essa resposta eu nunca terei, e meu pedido de perdão também nunca será atendido, que crueldade eu, com 23 anos, ter passado pelo nascimento e a morte de um filho, que crueldade minha pequena, minha cheirosinha, ter sofrido desta forma. 


Eu adorava dividir o sofá com ela, pentear os cabelos molhados, ouvir o barulhinho da xupeta enquanto ela dormia, cheirar, beijar os olhos, dar um abraço quando ela corria em minha direção no corredor esperando minha chegada, pegar na mãozinha dela, beijar a boquinha pequena. Ah, como eu gostava! Nós tínhamos uma brincadeira em que eu ficava procurando ela dizendo: "Luizaaa cadê você?", e, embora ela estivesse na minha frente fazendo de tudo pra chamar minha atenção, eu fingia que não via até ela vir ao meu encontro e me dar um susto. Quando ela estava ali dormindo na UTI eu chamei por ela tantas vezes, e pela primeira vez, ela não respondeu. Sofro muito ao imaginar que ela entrou naquela sala acordada, como ela terá ficado ali, sozinha, passando mal, e sem nenhum de nós por perto?

Ontem vi uma reportagem que a clínica de aborto que eu visitei quando estava grávida foi fechada e o "médico" responsável preso, eu não fiz a maior burrice da minha vida porque não tinha dinheiro, depois, quando acabei tomando um remédio abortivo, pela primeira vez a Ana Luiza mostrou a força de vida dela, ela veio com saúde, perfeita, não deixou que a minha inexperiência abalasse a sua vinda. E que força de vida meu Deus, quando nasceu veio com o cordão umbilical preso ao pescoço, quatro voltas, o médico dizia que nunca tinha visto aquilo, mas ela sobreviveu. Aténas suas últimas horas de vida, sofreu quinze paradas cardíacas, resistiu quinze vezes a uma doença que nem sabemos qual é. E foi generosa o suficiente de ali, estando inconsciente, ainda responder com a cabeça quando eu falei que lhe amava. "Luiza amanhã a mamãe vem, a mamãe te ama", e foi assim a última vez que falei com ela, e foi balançando com a cabeça que ela disse adeus.


"E enquanto espero, talvez por você, coloco-me aqui, à margem do tempo, envolto em pó e em memória, imerso na neblina do desejo que não vê resposta"

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mais do mesmo

Saio agora. Sinto muito se sua opinião já não é importante para mim. Aliás, não. Não sinto. Seja como for, saio agora com a certeza de que fiz tudo o que podia, ainda que você não tenha notado, ainda que eu não precisasse fazer nada. Deixo as coisas como estão, certa de que assim será mais fácil, ou talvez não tenha como ser fácil, não sei, mas não quero parecer pretensiosa.
Questiono os motivos, o tempo que me trouxe até aqui, o quanto mudei em função de nada, o quanto me deixei levar por desejos apenas suficientes para me prenderem onde me prendiam, onde mostrou-se afinal lugar nenhum. Pretendo agora tentar ver com alguma clareza como posso evitar me apegar e fazer planos baseados só na minha impressão...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Faço nosso o meu segredo mais sincero...

Sou mimada, inconstante, vulnerável e não sei lidar com um monte de coisas, mas se posso dizer que tenho um defeito é essa minha mania de criar expectativas em tudo, expectativas só minhas. É uma ilusão aqui, uma decepção ali, e só eu sei como isso me fere. Existe algo que explique essa fantasia toda? É quase incontrolável essa minha personalidade, sempre quero demais, sempre espero demais, pra mim, tudo que é "de menos" não interessa, não tem graça. O problema é só comigo ou mais alguém se cansa com essa emoção racionalizada, será que só eu me sinto insatisfeita? Deve ser muito mais cômodo conformar-se, se expor menos. 
Estou cansada, cansada demais, talvez falando demais também. 
Acho que tô precisando esquecer minhas neuroses, deixar essa minha ansiedade um pouco de lado, deduzir menos, parar de me fazer de vítima e me importar só com o que é possível, ignorar o distante, o difícil e o complicado.

domingo, 24 de outubro de 2010

O primeiro post.

Sempre admirei quem consegue se expressar bem, isso inclui escrever e falar, acho fundamental. Na verdade sempre usei essa ferramenta para passar a credibilidade que meu rosto e minha voz infantil não passam, acho que isso tira a impressão de imaturidade. Enfim, o que quero dizer é que esse é um dos motivos pra eu estar criando um blog, acho incrível quem consegue descrever o que sente, organizar tudo em um texto, falar sobre algo. Acho ainda mais incrível me encontrar em alguma coisa que escrevem, como as coisas se encaixam, você sempre acha o que quer ouvir, pra mim sempre foi mais prático procurar poesias, concordar com algum poema em duas ou três linhas, achar um verso que corresponde com minha opinião, por isso até hoje nunca escrevi sobre nada, embora eu goste.
Há um mês perdi minha filha, e com ela a oportunidade de tudo que eu poderia ter feito e não fiz, tudo que eu poderia ter aproveitado, o que eu poderia ter dito. É um clichê, mas o arrependimento é, realmente, muito ruim. E é mais ou menos por isso o segundo motivo pela criação do blog, não deixar de fazer algo que gosto, nem de deixar de falar o que sinto antes que alguém se vá...